CHUVA
Chove.
Ca ‘stou, entregue ao desalento da mágoa, mastigando
idéias insanas, envolto em manto ignóbil de tristeza quase
parnasiana. não reencontro êxtase em Goya, minhas
atenções confundem-se com as dos pedestres no semáforo,
não há música que me vá n’alma como naqueles tempos, já
tão longe, de felicidade.
Chove.
Caem as folhas e as pisoteio sem sensibilidade para ouvirlhes
o doce farfalhar. Ocupa-se o cérebro de questões
positivistas como a preencher espaços deixados pelas
conjecturas que ali lhe fazia o coração. E o coração? Por
onde anda? Parece-me não mais poetar.
Chove.
Kafka ainda me empresta o seu quarto donde através da
vidraça assisto com fleuma sintética passearem óleos
impressionistas. Em nada me esmurram.
E ainda assim chove...
Chove.
Ca ‘stou, entregue ao desalento da mágoa, mastigando
idéias insanas, envolto em manto ignóbil de tristeza quase
parnasiana. não reencontro êxtase em Goya, minhas
atenções confundem-se com as dos pedestres no semáforo,
não há música que me vá n’alma como naqueles tempos, já
tão longe, de felicidade.
Chove.
Caem as folhas e as pisoteio sem sensibilidade para ouvirlhes
o doce farfalhar. Ocupa-se o cérebro de questões
positivistas como a preencher espaços deixados pelas
conjecturas que ali lhe fazia o coração. E o coração? Por
onde anda? Parece-me não mais poetar.
Chove.
Kafka ainda me empresta o seu quarto donde através da
vidraça assisto com fleuma sintética passearem óleos
impressionistas. Em nada me esmurram.
E ainda assim chove...