segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

POUR ANONYMOUS

Invade à tarde quente, o fervor do verão carioca. Não, não conto as horas para a passagem do ano, meu calendário é outro.

Rogo aos deuses uma farpa de seu verdejante olhar. Suplico a Chronus um lampejo de sua presença antes que os fogos tentem esfumaçar aquele brio que tanto me move rumo a seus olhos.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Mi Vuelo

Cómo quisiera poder salir de aquí,
me gustaría volar y conocer mi vuelo,
recorrer el espacio y navegar en el tiempo,
llegar hasta arriba para tocar las estrellas
y al fin descubrir que algo vale la pena.

No quiero que nadie me mire,
no quiero que nadie me hable,
no quiero que nadie me escuche,
en un momento estoy aquí
y también podría estar volando entre el viento.

Ese vuelo es extraño
y a la vez me hace daño,
cuando hay fuertes vientos,
esto azota mi cuerpo.
Pero ese vuelo es mío,
y por eso lo quiero,
pues me sube hasta el cielo
sin moverme del suelo...

 
 

Áquila.

BEIJO

DIA DO BEIJO


 

(R. Áquila)


 

Hoje, no "Dia do Beijo", resolvi dar-me a certas futilidades. Haja-vista o ritmo imposto pela existência, pensei que se me entregasse a alguns parcos prazeres não obteria deméritos com São Pedro. Escutei uma rádio AM, li um jornal sensacionalista e dirigi, pachorrentamente, atrás de todos os ônibus do caminho; não competi por um dia, não me aborreci por um dia.

Essa experiência, quase lisérgica, para um velho professor, acarretou-me impressões indeléveis. Usei da tecnologia e, o "celular" tratou de me por em contado com um belo jovem. Conversamos, trocamos opiniões sobre o cotidiano, confortamo-nos em cadeiras barulhentas do "shopping", até que finalmente lhe reclamei um beijo. Mas queria um beijo apaixonado, longo, intenso como lhe soi de direito em um dia tão especial. Ele, meio sem jeito, marotamente me ofereceu a face. Não fiz por menos, tasquei-lhe na bochecha o mais estalado possível de meus ósculos. Nossas barbas não davam muita margem para babações e suas mãos muito grandes abraçavam-me masculinamente as costas cansadas.

Depois desta cena quase aplaudida pelos convivas da praça, sentamo-nos frente a frente e pude, durante longo período, embebedar-me na negritude daqueles olhos vívidos, repletos de sonhos e certos de uma vida a porvir.     

Deu-se lá sua hora e aquele moço deixou-me novamente só, lembrando do tempo em que lhe trocava as fraudas, contava-lhe estórias de Monteiro Lobato, transformando um minúsculo apartamento no Sítio de Dona Benta. O homem que ora se foi, ainda continua sendo meu menino de calças curtas e merendeira. Envelhecer é uma bosta!     

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Dor

É por aqui mesmo que dores infindáveis insistem em me açoitar os dias. Neste mesmo Rio de Janeiro de minha paixão, em suas ruas de paralelepípedos rústicos, seus postes úmbrios donde emergem-se prostitutas e malandros agacho-me nas sarjetas e choro o choro dos abandonados; choro lágrimas daqueles que não não têm alguém.

Mortifico-mo... Dou-me às lembranças como o escravo o faz a seu antigo senhor.

Matai-me, ó ingrata existência! Matai-me!

 

sábado, 8 de dezembro de 2007

Rio Antigo, cidade de meus sonhos.

Um Rio de Janeiro que você nunca viu neste documentário produzido pela Metro Goldwin Mayer em 1936. Isso mesmo! Há 71 anos! Se duvidar nem seus AVÓS eram nascidos! Simplesmente imperdível. Obs: O filme não foi colorido digitalmente. O colorido é original.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Poema Secundus

CAVALARIÇA

Onde encontrar a cavalariça em que deverei verter meus cântaros de amor se há tantas montanhas a atravessar?
Penei invernos, sonhei primaveras, escaldei verões; pedia às estrelas uma fagulha de sua paixão
Atirei a Tupã infindas flechas de oração, mas ainda assim são tantos os mares vespeiros a serenar
No Lácio deixei pedaços de mim mesmo e meu cavalo d'esperança 'inda dispara sem rédeas nas estradas daquele coração

Calar-te-ia a boca num longo beijo, se assim pudesse estancar tuas palavras conformistas
Traria a ti todos os palcos do mundo com seus melhores atores para que teus ouvidos não se entristecessem com o assombro da distância
Moveria os ventos ordenando a todas as flores adornassem teu corpo e perfumassem teus cabelos
De Mercúrio tomaria o cetro e do tempo seria senhor; assim, num gesto egoísta, fixaria para sempre os teus olhos nos meus
Mas, eis-me; gélido pelo frio da solidão, frágil ante o oceano da pérfida realidade.

Vem comigo, meu amor; apartai de teus algozes, sobe em minha sela e conhece, sem medos, meus caminhos.
Deixa explodir o peito num canto alto, mais alto do que poderia supor nossos bedéis
Canta, minha amada, canta aos ventos nossa paixão e encanta a alma deste poeta que tanto te ama.

ONDE ENCONTRAR

Gente, o Livro Todos os Luares, pode ser adquirido diretamente pelo site da Editora (www.multifoco.com.br), ou no Curso Multiplus: Av. Calógeras, 6B.
O pessoal de Brasília pode adquiri-lo no Curso Fortium, que fica na 909 SUL, ou no Campus da mesma Universidade, na Asa Norte (906 Norte).
Quem não conseguir, ou não puder comprá-lo nesses endereços, ainda poderá solicitá-lo através do email luares@aquila.w3br.com.
Bem, não faltam opções de compra, portanto leiam e deixem aqui suas contribuições.
Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de setembro de 2007

Poema primus

CHUVA

Chove.
Ca ‘stou, entregue ao desalento da mágoa, mastigando
idéias insanas, envolto em manto ignóbil de tristeza quase
parnasiana. não reencontro êxtase em Goya, minhas
atenções confundem-se com as dos pedestres no semáforo,
não há música que me vá n’alma como naqueles tempos, já
tão longe, de felicidade.
Chove.
Caem as folhas e as pisoteio sem sensibilidade para ouvirlhes
o doce farfalhar. Ocupa-se o cérebro de questões
positivistas como a preencher espaços deixados pelas
conjecturas que ali lhe fazia o coração. E o coração? Por
onde anda? Parece-me não mais poetar.
Chove.
Kafka ainda me empresta o seu quarto donde através da
vidraça assisto com fleuma sintética passearem óleos
impressionistas. Em nada me esmurram.
E ainda assim chove...


sábado, 25 de agosto de 2007

Promessas e mais promessas.

Deixarei por aqui alguns poemas e crônicas do Livro Todos Os Luares. Mas esta promessa, a estou fazendo homessa; continuem me visitando, pois assim que Chronus, este deus infalível permitir, cá estarei a deitar sobre os pergaminhos virtuais aqueles pobres versos.
Abraços a todos!

Bem-vindos, alunos!

Sim, de fato devo confraternizar-me com os alunos de Informática que visitam este Blog. São tantos que me pegam de surpresa. Incoerente este professor de assuntos tecnológicos destilar temas literários? Talvez. Dou-me àquelas duas paixões com a mesma intensidade; amo a tecnologia e igualmente a nostalgia, as letras.
Àqueles que desejarem conhecer minhas paupérrimas poesias, este é o lugar. Contactem a Editora Multifoco e procurem por meu livro "Todos os Luares". Não é obra prima, quem me dera! Mas esboça perfil distante daquele que assumo em salas de aula.
Sintam-se à vontade e deixem por aqui suas impressões.
Aos que chegaram neste "info-porto" procurando temas relacionados a nossas aulas, dirijam-se ao blog que criei para tais assuntos: www.saidesalatathy.blogspot.com .

sábado, 21 de julho de 2007

Pra tirar onda na mesa do bar.

FONTE DE DADOS PARA CONVERSA DE BAR.
Os Sete Pecados Capitais:
Gula
Avareza
Soberba
Luxúria
Preguiça
Ira
Inveja
Os Dez Mandamentos:
1º - Amar a Deus sobre todas as coisas
2º - Não tomar o Seu Santo Nome em vão
3º - Guardar domingos e dias de festa
4º - Honrar pai e mãe
5º - Não matar
6º - Não pecar contra a castidade
7º - Não furtar
8º - Não levantar falso testemunho
9º - Não desejar a mulher do próximo (principalmente quando o
próximo estiver próximo)
10º - Não cobiçar as coisas alheias
Os Três Reis Magos:
O árabe Baltazar: Trazia incenso, significando a divindade do Menino Jesus.
O indiano Belchior: Trazia ouro, significando a sua realeza.
O etíope Gaspar: Trazia mirra, significando a sua humanidade.
Os Doze Apóstolos:
1 - Simão Pedro
2 - Tiago ( o maior )
3 - João
4 - Filipe
5 - Bartolomeu
6 - Mateus
7 - Tiago ( o menor )
8 - Simão
9 - Judas Tadeu
10 - Judas Iscariotes
11 - André
12 - Tomé.
* Após a traição de Judas Iscariotes, os outros onze apóstolos
elegeram Matias para ocupar o seu lugar.
Os Doze Profetas do Antigo Testamento:
1 - Isaías
2 - Jeremias
3 - Jonas
4 - Naum
5 - Baruque
6 - Ezequiel
7 - Daniel
8 - Oséias
9 - Joel
10 - Abdias
11 - Habacuque
12 - Amos
Os Sete Sábios da Grécia Antiga:
1 - Sólon
2 - Pítaco
3 - Quílon
4 - Tales de Mileto
5 - Cleóbulo
6 - Bias
7 - Períandro
As Musas da Mitologia Grega (a quem se atribuía a inspiração das
ciências e das artes):
1 - Urânia (astronomia)
2 - Tália (comédia)
3 - Calíope (eloqüência e epopéia)
4 - Polímnia (retórica)
5 - Euterpe (música e poesia lírica)
6 - Clio (história)
7 - Érato (poesia de amor)
8 - Terpsícore (dança)
9 - Melpômene (tragédia)
As Sete Cores do Arco-Íris:
Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil e Violeta.
Os Sete Anões:
Dunga, Zangado, Atchim, Soneca, Mestre, Dengoso e Feliz
II - O QUE SEMPRE PERGUNTAM E NUNCA LEMBRAMOS:
As Sete Maravilhas do Mundo:
1 - As Pirâmides do Egito
2 - As Muralhas e os Jardins Suspensos da Babilônia
3 - O Mausoléu de Helicarnasso (Também conhecido como O Túmulo de
Máusolo, em Éfeso)
4 - A Estátua de Zeus, de Fídias
5 - O Templo de Artemisa (ou Diana)
6 - O Colosso de Rodes
7 - O Farol de Alexandria.
Você Sabia?
1 - Durante a Guerra de Secessão, quando as tropas voltavam para o
quartel após uma batalha sem nenhuma baixa, escreviam numa placa
imensa: "O Killed" ( zero mortos).
Daí surgiu a expressão O.K. Para indicar que tudo está bem.
2 - Nos conventos, durante a leitura das Escrituras Sagradas, ao se
referir a São José, diziam sempre "Pater Putativus", (ou seja: "Pai
Suposto") abreviando em P.P.".
Assim surgiu o hábito, nos países de colonização espanhola, de chamar
os "José" de "Pepe".
3 - Cada rei no baralho representa um grande Rei/Imperador da história:
Espadas: Rei David (Israel)
Paus: Alexandre Magno (Grécia/Macedônia)
Copas: Carlos Magno (França)
Ouros: Júlio César (Roma)
4 - No Novo Testamento, no livro de São Mateus, está escrito "é mais
fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no
Reino dos Céus"... O problema é que São Jerônimo, o tradutor do texto,
interpretou a palavra "kamelos" como camelo, quando na verdade, em grego,
"kamelos" são as cordas grossas com que se amarram os barcos. A idéia
da frase permanece a mesma, mas qual parece mais coerente?
5 - Quando os conquistadores ingleses chegaram à Austrália, se
assustaram ao ver uns estranhos animais que davam saltos incríveis.
Imediatamente chamaram um nativo (os aborígenes australianos eram
extremamente pacíficos) e perguntaram qual o nome do bicho. O índio
sempre repetia "Kan Ghu Ru", e portanto o adaptaram ao inglês,
"kangaroo"
(canguru). Depois, os lingüistas determinaram o significado, que era muito
claro: os indígenas queriam dizer : "Não te entendo".
6 - A parte do México conhecida como Yucatán vem da época da
conquista, quando um espanhol perguntou a um indígena como eles
chamavam esse lugar, e o índio respondeu "Yucatán". Mas o espanhol não
sabia que ele estava informando "Não sou daqui".
7 - Existe uma rua no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão,
chamada "PEDRO IVO". Quando um grupo de estudantes foi tentar
descobrirquem foi esse tal de Pedro Ivo, descobriram que na verdade a
rua
homenageava D. Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como
"Pedro IV" (quarto). Pois bem, algum dos funcionários da Prefeitura, ao
pensar que o nome da rua fora grafado errado, colocou um "O" no final do
nome. O erro permanece até hoje. Acredite se quiser...

Que distração!

Diz o motorista do táxi:
- Olha que mulher bonita! Nossa, ela é um avião!
E o passageiro responde gritando: - Feia!
O motorista: - Feia nada! Ela é gostosona pra caramba!
E o passageiro de novo: - Feia!!!!
- Que feia o quê!! Tá louco??? - responde o motorista.
E o passageiro aos berros: - Feia! Feia ! Feia !
O motorista, que não estava olhando pra frente, bate em outro carro.
Fica louco da vida e fala pro passageiro: - Pô cara! Tu
viu que eu ia bater!!! Por que não me avisou?
E o passageiro:

- Aralho!!! Eu ava itando az ua hora: feia feia e ocê não feiô
é urdo é???

terça-feira, 17 de julho de 2007

BRINCANDO COM AS LETRAS.

Alguns termos populares fogem-se às nossas observâncias, haja vista utilizarmo-os de forma tão freqüente e descompromissada. Certa manhã, levantamo-nos e aquele ponto de interrogação existencial nos cobra: "donde vem tal expressão?"
Brinquemos com algumas:

Diz-se: Batatinha, quando nasce, esparrama pelo chão...
O correto é: Batatinha, quando nasce, espalha a rama pelo chão...
Diz-se: Cor de burro quando foge.
O correto é: Corro de burro quando foge!
Outro em que todo mundo erra: Quem tem boca vai a Roma
O correto é: Quem tem boca vaia Roma
E ainda:
É a cara do pai escarrado e cuspido - quando se quer dizer que alguém é muito parecido com o pai.
Correto é: É a cara do pai em carrara esculpido (Carrara é um local da Itália de onde se extrai belo mármore, que ganhou o seu nome)
Mais um famoso: Quem não tem cão caça com gato...
O correto é: Quem não tem cão caça como gato... Ou seja, sozinho!!!
EXPRESSÕES EXPLICADAS...
NAS COXAS
As primeiras telhas do Brasil eram feitas de argila moldada nas coxas dos escravos.
Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam desiguais.
Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.
VOTO DE MINERVA
Na Mitologia Grega, Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado de a ter assassinato.
No julgamento havia empate entre os jurados, cabendo à deusa Minerva, da Sabedoria, o voto decisivo. O réu foi absolvido, e Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.
CASA DA MÃE JOANA
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro cuja proprietária se chamava Joana.
Como, fora dali, esses homens mandavam e desmandavam no país, a expressão casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.
CONTO DO VIGÁRIO
Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico.
Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas.
A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa.
E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.
A VER NAVIOS
Dom Sebastião, jovem e querido rei de Portugal (sec XVI), desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos. Provavelmente morreu, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por isso o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca, e era comum pessoas subirem ao Alto de Santa Catarina, em Lisboa, na esperança de ver o Rei regressando à Pátria.
Como ele não regressou, o povo ficava a ver navios.
NÃO ENTENDO PATAVINAS
Os portugueses tinham enorme dificuldade em entender o que falavam os frades italianos patavinos,
originários de Pádua, ou Padova. Daí que não entender patavina significa não entender nada.
DOURAR A PÍLULA
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas amargas em papel dourado para melhorar o aspecto do remedinho. A expressão dourar a pílula significa melhorar a aparência de algo ruim.
SEM EIRA NEM BEIRA
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Estar sem eira nem
beira significa que a pessoa é pobre e não tem sustentáculo no raciocínio.

POR ONDE ANDA A SAÚDE?

Em épocas de "PAN", a população carioca ainda continua a sofrer com os mau-atendimentos pelas periferias dos hospitais públicos.
Tudo bem, precisamos investir no esporte, mas até quando suplantaremos as dores de baleados pela violência da cidade, as emergências geriátricas daqueles que só podem contar com o serviço público?
Tá difícil!
Talvez a seguinte manifestação possa nos levar a reflexões mais austeras sobre a temática:

"No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para
virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de
Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e
velhos de pau duro, mas eles não se lembrarão para que servem."

1° de Abril.

Meio extemporâneo, bem o sei; mas recobrei-me por aqui de algumas conversas sobre o assunto e creio serem boas ilustrações a este "almanaque-cultura."

ABRIL ( do latim aprilis, aperire) começava o ano. Era o segundo mês de Rômulo. Os gregos o colocaram sob a proteção de Apolo, enquanto os romanos o consagraram a Vênus. Em fins do século XVI, abril deixou de "abrir". Em 1564, Carlos IX, da França, filho de Catarina de Médicis, determinou que o ano se iniciasse a Primeiro de Janeiro. Surgiu daí o hábito de se armarem pilhérias a Primeiro de Abril...

Os franceses, que chamam a data de "Poissons d'avril", passaram a enviar felicitações, presentes irrisórios e notícias falsas aos que não se conformavam com a inovação. E o Primeiro de Abril, por isso, ficou dedicado à mentira...

Houve farsa que se tornaram célebres. Mistificadores ganharam fama, como Alphonse Allais, Vivier e Monnier, o autor das "Memórias de Joseph Prudhomme". E esse costume de mentir nesta data veio parar no Brasil...

No começo da República, O Fígaro, jornal de Medeiros e Albuquerque, defendia acaloradamente o novo regime. A Primeiro de Abril de 1890, quando mais fervilhavam os boatos de volta ao antigo sistema de governo, e quando mais os golpistas combatiam o Marechal Deodoro ( o primeiro marechal que ocupou a Presidência nossa de cada dia), aquela publicação estampou notícia pormenorizada sobre a restauração da Monarquia, com inúmeros comentários jocosos a propósito dos políticos do Império.. Muita gente acreditou. E até um delegado de polícia, que aderira à República, hasteou a bandeira do antigo regime na fachada de sua casa. Ah, certos mineiros!...

Enfim, a Primeiro de Abril de 1964, houve uma "revolução" para salvar o Brasil...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O RÁDIO NÃO PODE MORRER.

Andando por essas esquinas virtuais, deparei-me com menção ao livro O rádio sem onda – Convergência digital e novos desafios na radiodifusão (Ed. E-Papers), do jornalista Marcelo Kischinhevsky. Jurei não blogar nada sobre tecnologia por aqui, mas como se trata de algo relacionado também a nossa boa e velha nostalgia, resolvi reproduzir a matéria abaixo; não sem antes tecer alguns poucos comentários.
Sempre fui aficcionado pelo rádio; o rádio de todas as instâncias: AM, FM, OC, etc. Aliás, foi através desta paixão que embrenhei-me pelos caminhos da ciência da Eletrônica; quando tinha pouco mais de uma década de vida, montei com peças velhas, meu primeiro rádio; era um "galena" e depois foi se aperfeiçoando, conduzindo-me à certas intimidades com as válvulas e transistores, até que finalmente fui à Califórnia para me formar Engenheiro Eletrônico. Desisti e voltei às Palmeiras onde cantam os sabiás para continuar investindo na mão de obra técnica. A Informática chega, cerca de década e meia depois, seduzindo-me igualmente.
Não satisfeito em surfar por aquela chiadeira dos rádios de ondas curtas, em busca de estações desconhecidas, culturas novas (lembram-se da Voz da América?) instituí estação de radioamador. Chamava-se "Águia de Prata"; seu prefixo, ainda existente, é PX1-J2334. Como me orgulhava de conseguir fazer minha voz percorrer as ondas hertzianas, ser levado a um mundo de novas amizades e conhecimentos. Era lindo quando fazíamos aquelas correntes para levar um remédio específico a lugares remotos do país e atender pessoas que nem mesmo conhecíamos.
Voltei ao radioamadorismo, mas na faixa mais nobre, modulo como PY. O carisma é o mesmo, as brincadeiras, velhas de outrora. "Macanudos" que passam seus dias dedicando-se a conversas amigáveis, sempre recheadas de assuntos técnicos, sedutoramente inseparáveis daqueles que conheceram a Eletrônica antes dos bits e bytes da atualidade.
Um velho rádio AM na cabeceira de um enfermo é companhia melhor que a oração de qualquer freira visitante. Uma criança adormece pensando haver alguém a lhe cantar uma canção, apenas pela presença de um radinho em volume baixo.
Não, tem coisas que a tecnologia não pode substituir assim, jamais! O Rádio Digital é realidade, mas não conseguirá enviar ao limbo do esquecimento as ondas que insistem em se manifestar pelo espaço. Eu, pelo menos, serei um defensor intrépito

O fim do rádio convencional: e agora?


A revolução digital está atingindo em cheio um dos meios de comunicação mais poderosos que existem: o rádio. Quem quiser ficar por dentro do assunto pode conferir o livro O rádio sem onda – Convergência digital e novos desafios na radiodifusão (Ed. E-Papers), do jornalista Marcelo Kischinhevsky. Com a morte da difusão analógica, o rádio está entrando em um novo ciclo que traz tanto o perigo de uma concentração impensável em outras épocas como a multiplicação das rádios com emissões pela internet. Ainda no livro: uma síntese da trajetória do rádio nas últimas décadas, informações sobre o padrão brasileiro de rádio digital, podcasting e rádios digitais por assinatura entre outros temas.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

METENDO O BICO

O Bico Doce é, além de nosso “oásis” no Centro da Cidade, um ponto de encontro entre amigos compartilhadores de nuances afins. Ali, nos reunimos para tergiversar sobre as intempéries da política, últimas novidades literárias, relatos de viagens, além de futebol e mulher.

Coadunamo-nos nas conversas e acabamos por formar um clube de amigos, onde não poderia também faltar a maledicência nata dos mexericos, das opiniões sobre todos seus freqüentadores. Acabamos por conhecer as idiossincrasias de cada um e nelas fazemos, entre uma garfada e outra, momentos de ironias, elogios e críticas.

Já há muito, ensaio por aqui certos escritos sobre os episódios daquele bar que se tornou a extensão de nossos boêmios lares, mas isto é coisa pra depois. Falo hoje sobre um dos momentos de tristeza ao qual aquelas toscas mesas conduziram minha volta a casa neste fim de dia.

Passei por lá, como sempre o faço antes de encarar meus alunos e pude ver o Cláudio, com sua inefável barriga, a expulsar seus visitantes, agitando barulhentamente as cadeiras e arrastando as mesas para o fétido beco de além porta. Haveria festa. Mas que diabos de festa seria aquela? Não vi ninguém combinando coisa nenhuma...

Um grupo de “doutores-sei-lá-de-onde” mandou fechar a casa para seu rompante. Ta bom, levamos na brincadeira; afinal de contas tudo ali acaba mesmo em jocosidades. Dei-me ao trabalho, mas sem antes não pensar no retorno. Os rugidos de sempre: “-Eu bem que queria assistir esta aula, He He!” “- Vamos lá, Áquila; como conseguirá atender aos apelos de seus alunos? Já envergastes quatro paratis...”

Bem, não estava mesmo para brincadeiras e segui meu ritual. Retomei ao Beco das Cancelas, já no pôr da noite e encontrei todos nas trôpegas calçadas. Havíamos sido expulsos de nosso próprio lar! Não fosse o sorriso tenso do Cabral, grande anfitrião, com certeza já haveríamos partido em busca de outros balcões. Nosso minúsculo salão, invadido por luzes psicodélicas a rasgar a penumbra que nos conforta em final de noite, habitava-se de jovens com pulseiras movidas a neon, tatuagens coloridas e música, infernalmente afugentadora. Cigarros com odores agridoces, imaturidade e distância abismal de seus fiéis freqüentadores que, a essa hora, jorravam sono nas pedras portuguesas de suas calçadas.

O Rodrigo me ofereceu carona e entre algumas brincadeiras, recobramos passagens de nosso Rio Antigo. Iria eu para o Estácio e o vi fazer volante pela Rua Larga; logo gritei: - amigão, vá pela Mata Cavalos! Ofereceu-me, o bom amigo, caminho seguro até meu destino e troçou-me de minha bebedeira. Foi o desfecho vingativo. Ainda que silenciosamente, pudemos atribuir àquela noite; dando-nos a certeza de que a paixão pelo Rio de nossa época, as músicas de Pixinguinha e Adoniram Barbosa continuam sendo nosso esteio nas mesas do Bico Doce. Que se foda aquela garotada!

Áquila.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

ALVOS POÉTICOS

Não sei que alvos as flechas de meus poemas atingirão, mas confesso que publicá-los foi um de meus maiores prazeres. Não que tal fato venha ao encontro de meu ego, muito pelo contrário, se penso em analisar tais cometimentos literários, sobra-me apenas a sensação de futilidade e daquele ar de "meti-me onde não devia".
Ainda assim, continuo a escrever, rabiscar minhas idéias neste pergaminho virtual e esparjo, destarte, as emoções sobre um etéreo caderno inacabável.
Deito aqui lembanças de nosso primeiro luar: Encontrei, logo de cara, o Felipe Barão e o Fernando Pinheiro, compondo a Banda do Bico Doce com maestreza. Damas lindas perfilaram os assoalhos da casa de show na Lapa. Muitas, minhas conhecidas; outras, trazendo novas estrelas para ua noite enluarada.
Alguns de meus filhos suportaram a música extemporânea às suas realidades, mas lá estiveram.
Amigos que verteram lágrimas de carinho (Fala, Renato!), outros que insistiam na conversa animada que nos sói sempre freqüente nas pequenas mesas do Bico Doce.
Tenho ligado para aqueles que consigo, em busca de impressões sobre as leituras daquelas poucas páginas, mas insisto que este Blog seja nosso ponto de encontro sobre tais assuntos.
Um abraço a todos, galera!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Todos os Luares

Gente, tô iniciando este blog para coletar as impressões de todos os visitantes sobre o livro Todos os Luares, publicado pela Editora Multifoco. Espero que vocês se manifestem e possam me passar as impressões sobre a obra.