terça-feira, 17 de julho de 2007

1° de Abril.

Meio extemporâneo, bem o sei; mas recobrei-me por aqui de algumas conversas sobre o assunto e creio serem boas ilustrações a este "almanaque-cultura."

ABRIL ( do latim aprilis, aperire) começava o ano. Era o segundo mês de Rômulo. Os gregos o colocaram sob a proteção de Apolo, enquanto os romanos o consagraram a Vênus. Em fins do século XVI, abril deixou de "abrir". Em 1564, Carlos IX, da França, filho de Catarina de Médicis, determinou que o ano se iniciasse a Primeiro de Janeiro. Surgiu daí o hábito de se armarem pilhérias a Primeiro de Abril...

Os franceses, que chamam a data de "Poissons d'avril", passaram a enviar felicitações, presentes irrisórios e notícias falsas aos que não se conformavam com a inovação. E o Primeiro de Abril, por isso, ficou dedicado à mentira...

Houve farsa que se tornaram célebres. Mistificadores ganharam fama, como Alphonse Allais, Vivier e Monnier, o autor das "Memórias de Joseph Prudhomme". E esse costume de mentir nesta data veio parar no Brasil...

No começo da República, O Fígaro, jornal de Medeiros e Albuquerque, defendia acaloradamente o novo regime. A Primeiro de Abril de 1890, quando mais fervilhavam os boatos de volta ao antigo sistema de governo, e quando mais os golpistas combatiam o Marechal Deodoro ( o primeiro marechal que ocupou a Presidência nossa de cada dia), aquela publicação estampou notícia pormenorizada sobre a restauração da Monarquia, com inúmeros comentários jocosos a propósito dos políticos do Império.. Muita gente acreditou. E até um delegado de polícia, que aderira à República, hasteou a bandeira do antigo regime na fachada de sua casa. Ah, certos mineiros!...

Enfim, a Primeiro de Abril de 1964, houve uma "revolução" para salvar o Brasil...