sábado, 29 de dezembro de 2007

Mi Vuelo

Cómo quisiera poder salir de aquí,
me gustaría volar y conocer mi vuelo,
recorrer el espacio y navegar en el tiempo,
llegar hasta arriba para tocar las estrellas
y al fin descubrir que algo vale la pena.

No quiero que nadie me mire,
no quiero que nadie me hable,
no quiero que nadie me escuche,
en un momento estoy aquí
y también podría estar volando entre el viento.

Ese vuelo es extraño
y a la vez me hace daño,
cuando hay fuertes vientos,
esto azota mi cuerpo.
Pero ese vuelo es mío,
y por eso lo quiero,
pues me sube hasta el cielo
sin moverme del suelo...

 
 

Áquila.

BEIJO

DIA DO BEIJO


 

(R. Áquila)


 

Hoje, no "Dia do Beijo", resolvi dar-me a certas futilidades. Haja-vista o ritmo imposto pela existência, pensei que se me entregasse a alguns parcos prazeres não obteria deméritos com São Pedro. Escutei uma rádio AM, li um jornal sensacionalista e dirigi, pachorrentamente, atrás de todos os ônibus do caminho; não competi por um dia, não me aborreci por um dia.

Essa experiência, quase lisérgica, para um velho professor, acarretou-me impressões indeléveis. Usei da tecnologia e, o "celular" tratou de me por em contado com um belo jovem. Conversamos, trocamos opiniões sobre o cotidiano, confortamo-nos em cadeiras barulhentas do "shopping", até que finalmente lhe reclamei um beijo. Mas queria um beijo apaixonado, longo, intenso como lhe soi de direito em um dia tão especial. Ele, meio sem jeito, marotamente me ofereceu a face. Não fiz por menos, tasquei-lhe na bochecha o mais estalado possível de meus ósculos. Nossas barbas não davam muita margem para babações e suas mãos muito grandes abraçavam-me masculinamente as costas cansadas.

Depois desta cena quase aplaudida pelos convivas da praça, sentamo-nos frente a frente e pude, durante longo período, embebedar-me na negritude daqueles olhos vívidos, repletos de sonhos e certos de uma vida a porvir.     

Deu-se lá sua hora e aquele moço deixou-me novamente só, lembrando do tempo em que lhe trocava as fraudas, contava-lhe estórias de Monteiro Lobato, transformando um minúsculo apartamento no Sítio de Dona Benta. O homem que ora se foi, ainda continua sendo meu menino de calças curtas e merendeira. Envelhecer é uma bosta!     

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Dor

É por aqui mesmo que dores infindáveis insistem em me açoitar os dias. Neste mesmo Rio de Janeiro de minha paixão, em suas ruas de paralelepípedos rústicos, seus postes úmbrios donde emergem-se prostitutas e malandros agacho-me nas sarjetas e choro o choro dos abandonados; choro lágrimas daqueles que não não têm alguém.

Mortifico-mo... Dou-me às lembranças como o escravo o faz a seu antigo senhor.

Matai-me, ó ingrata existência! Matai-me!